e ai galerinha sejam bem vindos

espero poder tirar aqui todas as duvidas claro com a ajuda de grandes amigos Thiago, Paulo Cesar,Daiane kira,Elric

sábado, 11 de setembro de 2010

O que é Goetia?

Goetia ( Middle Latin , anglicized goety (pronounced /ˈɡoʊ.ɨti/ ), from Greek γοητεία goēteia " sorcery ") refers to a practice which includes the invocation of angels or the evocation of demons, and usage of the term in English largely derives from the 17th century grimoire The Lesser Key of Solomon , which features an Ars Goetia as its first section. Goetia ( Latin Médio , anglicized goety (pronuncia-se / ɡoʊ.ɨti / ), do grego goēteia γοητεία " feitiçaria ") refere-se a uma prática que inclui a invocação de anjos ou a evocação dos demônios, eo uso do termo em Inglês em grande parte deriva do século 17 grimoire A Chave Menor de Salomão , que apresenta uma Ars Goetia em sua primeira seção. It contains descriptions of the evocation of seventy-two demons, famously edited by Aleister Crowley in 1904 as The Book of the Goetia of Solomon the King. Ele contém descrições da evocação de setenta e dois demônios, famosa editado por Aleister Crowley em 1904 como O Livro dos Goetia do Rei Salomão.

Os “demônios” fazem parte da área racional do cérebro, portando uma capacidade de raciocínio gigantesca. Apenas aquele que tem o hemisfério cerebral racional totalmente conquistado, poderá trabalhar com essas forças sem ser prejudicado. Caso contrário, o pedinte será destruído por sua própria incapacidade de compreensão, previsão e raciocínio lógico, o que servirá de instrumento cármico como preço pelo egoísmo”.
 
                Todos já ouviram falar sobre os 72 gênios ou demônios que o Rei Salomão aprisionou dentro da arca de bronze, mas não se foi muito falado sobre esses 72 seres, além do que se encontra nos grimórios comuns (clavículas de Salomão) que ensinam a evocá-los. O nome “goetia” provém de Johann Wolfgang von Goethe (Frankfurt am Main, 28 de Agosto de 1749 — Weimar, 22 de Março de 1832) foi um escritor alemão, além de cientista, filósofo e botânico. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX.                        
                Juntamente com Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão Sturm und Drang. Foi o autor da peça Fausto, publicada em duas partes, a saber: em 1806, a primeira e mais famosa e a segunda em 1833, porém inacabada. Fausto é o protagonista de uma popular lenda alemã de um pacto com o demônio, baseada no médico, mágico e alquimista alemão Dr. Johannes Georg Faust (1480-1540). O nome Fausto tem sido usado como base de diversos romances de ficção, o mais famoso deles do autor Goethe. Considerado símbolo cultural da modernidade, Fausto é um poema de proporções épicas que relata a tragédia do Dr. Fausto, homem das ciências que, desiludido com o conhecimento de seu tempo, faz um pacto com o demônio Mefistófeles, que lhe enche com a energia satânica insufladora da paixão pela técnica e pelo progresso. 
                Johannes Georg Faust, o homem, nasceu no ano de 1480 em Knittlingen, na região de Württemberg, Alemanha. Segundo o teólogo protestante Philipp Melanchthon (1497-1560), quase conterrâneo seu e que ele tratou não muito amigavelmente em Wittenberg, entre 1525 e 1532, Fausto teria estudado em Cracóvia, onde a magia era então matéria curricular. Consta que ele fez uma conferência em Worms, em 1539, e que "muitas pessoas se deixaram iludir". Também é fato que muitas famílias de destaque o acolhiam e algumas lhe confiavam à educação dos filhos. Quando ele morreu em 1540, em Staufen im Breisgau, não faltou quem jurasse ter sido por obra do diabo, que lhe viera esganar. O próprio Melanchton admitiu a hipótese de tratar-se de morte sobrenatural. No intuito de compilar tudo quanto se acreditava e dizia acerca de Fausto, Johann Spiess, livreiro e escritor de Frankfurt, compôs no ano de 1587 a primeira narrativa literária desse personagem. Era um volume de 227 páginas, intitulado como a Historia von dr. Johann Fausten, cujo enredo contava como ele se vendeu ao diabo a prazo estipulado, as extraordinárias aventuras que viveu nesse ínterim, a magia que praticava, e por fim sua morte e danação. 
                Tudo isso publicado para servir de advertência sincera contra os que levavam a curiosidade intelectual além do limite estabelecido pelas igrejas. Como sempre, tudo o que a igreja faz ou tenta fazer, acaba se voltando contra os seus próprios propósitos, pois qual é o estudante de ocultismo que não conhece ou não foi inspirado pela tão famosa “Goetia”! Outra coisa de importância a se comentar é a diferença entre os termos “invocar e evocar”. Invocar significa chamar para dentro de si, enquanto evocar seria trazer a sua frente “visivelmente”.  A goetia se trata, não de invocação, mas de evocação “visível” das forças mágicas de nossa psique. Existem diversos livros e grimórios que tratam desta mesma arte, mas de formas diferentes.  
                Existem pessoas que fazem separação entre técnicas e técnicas de uma forma que parece que jamais, por exemplo, um demônio Sumeriano (antiga Suméria) do Necronomicon, aceitaria um chamado feito pelas técnicas das clavículas de Salomão. Eu particularmente acredito que “tomando os devidos cuidados”, pode-se evocar uma entidade de qualquer forma, basta ter autonomia e autoridade espiritual para tanto. Digo isso porque se isso não fosse possível, o verdadeiro livro da goetia seria o “Corvo negro”, que diz ser o livro que o próprio doutor Fausto escreveu relatando as suas técnicas e formas de evocar entidades como Ariel, Marbuel e o próprio Mefistófeles, entre outros. Quem já leu este livro sabe que as técnicas são CRISTÃS, assim como alguns dos maiores grimórios de evocação e pactos da terra foram escritas por papas. Oras, como algo que é tão discriminado e apontado como proibido ou diabólico é exercido por papas ou estudado dentro da “santa igreja”? Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço! Mas na verdade o que são essas 72 entidades que o Rei Salomão aprisionou dentro da arca? Cientificamente falando, o hemisfério esquerdo do cérebro é o responsável por nossa parte “racional”, enquanto que o hemisfério direito é o responsável por nossa parte emotiva. A diferença é apenas em que lado cerebral você direcionará sua energia (kundalini). Se você direcioná-la pelo hemisfério esquerdo para depois cair no direito (razão sobre emoção) você pertencerá ao tão famoso e temido “caminho da mão esquerda”. Esse também é o caminho da “serpente da sabedoria” que percorre todos os lados da árvore da vida. Isso explicaria em partes a analogia bíblica em que a serpente diz a Eva para comer a fruta DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL. “Na verdade não morrereis, mas serão como Deus, conhecedores do bem e do mal”. 
                Se a pessoa escolhe percorrer do hemisfério direito para o esquerdo, “emoção sobre razão”, então ela estará trilhando a Tradição da Pomba, ou o caminho da mão direita (via cardíaca “coração”). É claro que cada um caminha de acordo com sua capacidade, medos, etc., mas não sabeis vós que a ultima área cerebral criada é a área da razão? Escritores como o tal Samael Aun Weor dizem que os magos racionais são magos negros, não sabe ele que a área emotiva do cérebro é a área MAMÍFERA, que foi necessária para que os répteis aprendessem a ter INSTINTOS MAIS EVOLUÍDOS como a amor às proles? Não sabe ele que quando se chega ao topo da compreensão dos instintos, eles não serão mais necessários? Os instintos são formas de controle e cuidado que foi necessário para a nossa preservação até os dias de hoje, pois nas etapas primitivas, se os humanos não sentissem fome, morreriam sem saberem o porquê.  Mas a partir do momento em que você compreende o funcionamento do seu corpo, você sabe que a alimentação é necessária, você não esperará mais dar fome para buscar comida. Logo, essa área cerebral inativa por longa data deixará de existir em nosso cérebro por não ter mais utilidade ou necessidade, você será totalmente racional! 
            Mas antes disso acontecer, você precisará sim, no caminho evolutivo, vencer toda essa área emocional para finalmente ascender à área totalmente racional de seu cérebro. Essa área emocional, assim como a reptiliana (subconsciente instintivo primário), terão que ser dominadas TOTALMENTE. Isso é bem expresso na frase AMOR SOB VONTADE. Pois bem, a palavra “virtude”, quer dizer: (Força moral; disposição para a prática do bem; Boa qualidade moral). Explicando com minhas palavras, os estudiosos do ocultismo, independente de ser da mão direita ou esquerda, já ouviram falar sobre as 72 virtudes de Deus. OS 72 anjos Cabalísticos representam as 72 virtudes dos 72 nomes de Deus da Schemhamphorash. Mas o que são essas 72 virtudes? Simples, são 72 áreas do hemisfério direito “emotivo” do cérebro que devem ser conquistadas e conhecidas CONSCIENTEMENTE. Agora pensem, e no hemisfério esquerdo, o que são essas 72 áreas? Oras os 72 demônios da goetia que o Salomão aprisionou em uma arca de bronze. Na verdade a polaridade oposta dos 72 anjos. Mas se são áreas da psique, como é que Salomão conseguiu aprisionar dentro de uma arca? Porque neste caso não eram as 72 áreas apenas dele, mas a representatividade energética das 72 áreas de todo o planeta terra! Ou como Jung dizia o inconsciente coletivo. As 72 áreas “morais” do hemisfério direito e os 72 poderes mágicos e intelectuais do hemisfério esquerdo. E quais temos que conquistar? TODOS! Qualquer um que conquistar apenas uma metade será um mago incompleto e fazendo parte do desequilíbrio. Além do que, 72 mais 72 é igual a 144, é a representatividade bíblica dos 144 mil escolhidos de Deus citado em apocalipse.
 
Amor é a lei, mas amor sob forte vontade!
 

O que é o espírito?

Veja uma garrafa de água mineral. Existe a embalagem e o líquido que é água. A garrafa não é o líquido, é apenas o recipiente que armazena o líquido. O essência desse produto é o seu conteúdo, nesse caso é a água, que dificilmente poderia ser transportada se não fosse o a embalagem. Pois bem, nosso espírito é como a água. Nosso corpo físico é como o frasco, ou seja, nosso corpo físico é o veículo de manifestação de nosso espírito, que é nossa consciência divina, imortal.

Precisamos aprender a cuidar com carinho e respeito de nosso corpo físico, porque ele tem um papel fundamental na existência de qualquer pessoa, contudo não é a nossa própria essência.

Nosso espírito é assim. É essa chama divina que habita nossos corpos e faz nossos corações baterem, nossos olhos brilharem. Quando em equilíbrio, estimulam o sorriso, a amizade, o amor e o carinho. Quando em conflito, mostram a face escura e endurecida de nossas personalidades.

Nosso corpo é um grande companheiro de jornada, mas tem limite, tem prazo de validade. O espírito é o Eu verdadeiro. O corpo é um amigo, entretanto não é o Verdadeiro Eu. Tornamo-nos o corpo por acostumar-se com ele no período de uma vida. Na verdade estamos ilusoriamente acreditando que somos o corpo, mas não somos.

O corpo é a casca que tem um propósito, um objetivo: ajudar na nossa missão no período de uma existência.

Cada tipo de corpo ou casca possibilita um tipo de missão. Se alto, se baixo, negro, branco, índio, fraco, forte, cada tipo tem seu objetivo no que tange aos ensinamentos que o espírito precisa ter.

Pense com carinho agora, com amor e respeito ao seu corpo, que é seu amigo, amigo do Eu (que é o espírito, a chama divina que você é em essência). Pois bem, pense com todo respeito do seu coração, que seu corpo físico tem um grande papel na sua tarefa de evoluir. Se é um corpo saudável, se é frágil, tudo tem um fundamento, um propósito. Se você começar a visualizar seu corpo com amor e gratidão já será um grande passo para conseguir compreendê-lo e contar com a sua ajuda nessa caminhada evolutiva, porque assim vocês (corpo e espírito) estarão caminhando na mesma direção. O corpo físico manifesta a nossa missão pessoal.

Olhe profundamente para seu corpo (com ótica do seu espírito) e perceba tudo que ele revela sobre a sua personalidade, sobre seus aprendizados. Isso porque você tem exatamente o corpo que seu espírito necessita. Ame-o, mas nunca se esqueça que ele tem prazo de validade, mas que o espírito é imperecível.

Qual a função da morte no contexto da nossa evolução espiritual?

Reservando apenas alguns minutos para observar as pessoas e a nós mesmos, conseguiremos identificar com facilidade, uma condição latente em todos nós; a dificuldade de mudar nossos pensamentos, nossas crenças e atitudes.

Vamos vivendo as nossas vidas, caminhando em um piloto automático, que nos deixa alienados a nossas reais missões aqui na Terra. E todos sabemos; viver assim é muito comum nos dias de hoje.

O tempo vai passando, a idade vai vindo, com isso fica cada vez mais difícil esculpir a personalidade para níveis mais angelicais e equilibrados. Situações adversas acontecem para proporcionar reforma íntima, reflexão e conexão com Deus, as chamadas flechas dos anjos, que tem esse nome, justamente pelo fato de serem consideradas avisos divinos, já que tem a função de corrigir nossas rotas e ajustar nossa forma de viver, pensar e sentir.

As flechas dos anjos acontecem o tempo todo, em maior ou menor intensidade. Estão presentes no dia a dia de todos nós, assim como o sol, a chuva e o vento. Claro que muitas pessoas entendem os avisos e se modificam intensamente para que suas jornadas sejam condizentes a vontade maior, e nesses casos, o bom uso e compreensão das flechas dos anjos passa a ser uma benção na vida de qualquer um.

O fato mais alarmante é que as flechas dos anjos, na sua grande maioria não são compreendidas e a pessoa segue errando em um mesmo padrão de pensamento inadequado, em uma vibração desajustada, produzida por emoções em desequilíbrios o que nesse caso, as leva a pensar que as flechas dos anjos são punições e não sinais do universo.

Tudo vai acontecendo para poder mostrar para a pessoa que seu padrão está desorientado, e mesmo assim ela, por sua condição de ignorante das leis divinas, prefere se vitimizar e mergulhar mais e mais nos problemas.

As doenças vêm, também os desgostos, as crises financeiras, os conflitos, as dúvidas e as dores da alma, e nada muda, nada. A pessoa não consegue pensar em outra coisa a não ser nas suas dores, doenças e conflitos. Com isso, os objetivos disciplinadores das flechas não são alcançados, não se fazem valer.... Aí vem a pergunta que não pode deixar de ser feita: como mudar isso tudo?

Morrendo!!!

Sim, morrendo...

O que seria de nós sem a morte?

Sem a morte cairíamos no erro de mergulhar infinitamente nas sintonias inferiores, num fluxo descendente e constante.

Que destruição seria, que caos. Daí a importância da morte do corpo físico. Porque quando esse fato ocorre, a alma imortal regressa ao plano espiritual, para receber orientação e treinamento necessário (de acordo com cada nível evolutivo) para interromper esse fluxo destrutivo. Para que toda alma tenha a oportunidade de ser orientada e amparada. Na verdade precisamos de um puxão de orelha e uma dose maciça de realidade e consciência, somente possível nas "mãos" do plano astral, no período entre vidas.

Após a morte, passamos se necessário, por uma escola de estudos intensivos, que vai nos possibilitar regressar a matéria já com grandes melhoras em relação à conduta da última vida, sempre buscando uma evolução na condição emocional, mental e por conseqüência espiritual, de cada alma.

Observe as crianças da Nova Era. Estão muito rápidas em seus pensamentos, muito inteligentes, com capacidades inquestionáveis. Vamos olhar a história da humanidade e perceber que sempre foi assim. Embora todas as crianças precisem de educação, amor e limites, porque ainda não estão adaptadas ao mundo físico, ainda sim, geração após geração elas estão cada vez mais evoluídas, e por quê?

Simplesmente pelo fato de que esses seres jovens de hoje são almas que acabaram de passar pelo treinamento intensivo do período entre vidas, estão com mais experiências. Embora estejam nessa vida com um corpo físico ainda novo, suas almas já estão experientes, e por isso carregam consigo as impressões das vivências passadas e de seus aprendizados, que agora se somam para formar a personalidade da alma imortal, cada vida mais madura.

O grande problema, é que com o passar dos anos, aquela alma, que antes carregava de forma vibrante, a consciência dos ensinamentos do Astral, acaba se contaminando com as criações e atitudes mundanas e materialistas, quando sem perceber vai escurecendo sua alma com emoções negativas, projeções equivocadas e desejos primitivos. De novo, um distanciamento da fonte ocorre, os pensamentos cristalizam-se, as emoções não se purificam e as mudanças param de acontecer. Então vem ela, a Irmã morte, como diria São Francisco de Assis, tão importante quanto o nascer, ela vem, para nos lembrar que a evolução não pode parar.

Não importa se a pessoa quer se desenvolver ou não, o movimento evolutivo do universo nunca será sanado.

Ou seja, o mal uso do livre arbítrio de cada um, jamais fará com que o universo siga no seu fluxo evolutivo progressivo. Ninguém pode travar esse mecanismo, e a morte é a mensageira de Deus que confirma essa tese.

Agradeça a morte, porque dela nascerá o caminho eterno do espírito imortal, que iludido com a matéria, desperta para a vida sem fim e para a condição de luz que é e sempre será, que a carne do plano físico e da vida material não pode ofuscar a luminescência.

Agradeça a irmã morte, pela vida que ela nos proporciona, pela capacidade de retificar e purificar nossas almas, alinhando-nos unicamente com nossos propósitos, que insistimos em nos distanciar, vida após vida.

Por que nascemos?

Nascemos com um propósito: evoluir.

Evoluir nesse contexto significa lapidarmos nossa personalidade, que na prática quer dizer; menos mágoas, menos tristezas, menos dores e doenças, menos limitações, menos pessimismos, menos egoísmo. Nossa missão é, através das experiências que somente a vida terrena pode nos oferecer, nos transformarmos sempre, evoluindo em nossos aprendizados e agregando mais vibrações positivas que devem ser incutidas em nosso espírito, a exemplo o amor.

Quando nascemos, temos a oportunidade de começar de novo a experiência evolutiva terrena, dando continuidade ao processo de evolução contínua a qual somos inseridos desde sempre. A morte não é o fim e a infância não é o começo. O nascimento de um espírito em um corpo novo não o torna novo. Apenas a sua casca é bebê, seu espírito apenas retorna com a chance de amplificar suas qualidades e dizimar suas inferioridades. Como a tarefa de evolução e purificação do espírito mostra-se algo lento, costumamos precisar de muitas reencarnações, ou seja, precisamos nascer de novo por muitas vezes, nascendo e morrendo, de forma cíclica, assim como o sol precisa nascer e se pôr por centenas de vezes até que uma flor desabroche.

Nascemos e morremos para evoluir, até que um dia o amor de nossas almas também desabroche.


Para onde vamos quando morremos?

Quando nosso corpo físico morre no final do período de uma vida terrena ou encarnação, nossa alma nasce para o mundo espiritual, sua morada original.

?A cada um será dado conforme suas obras? resume de forma brilhante o que ocorre após nossa morte.

Há uma distorção grande em relação a construção da imagem de um Deus que castiga e pune seus filhos pecadores. Isso porque o livre arbítrio nos é de direito, é uma verdade incontestável, no entanto, a lei do retorno ou karma mostra, não só pelos olhos da espiritualidade, que toda ação gera conseqüência. Essa é uma lei natural que nós seres humanos precisamos compreender bem antes de colocar a culpa em Deus, ou ainda temer sua fúria, grande erro!.

Deus nos criou por amor, e é por amor que quer que evoluamos. Castigo não existe! Existe conseqüência aos nossos atos. Sim, sempre há conseqüências para qualquer atitude, no entanto isso não é castigo... É uma lei natural agindo.

Se você joga um tijolo para cima, em menos de um segundo ele cai. Se você estiver embaixo, ele provavelmente vai bater com força em seu corpo podendo te machucar. Quanto mais força você coloca para arremessar o tijolo, maior será o impacto na queda. Lembre-se; o tijolo estava parado, foi você quem quis jogá-lo para cima. Aí perguntamos: foi Deus que castigou ?

Não! Foram as leis do universo que se manifestaram. E qual a diferença em relação aos nossos atos?

Nenhuma, a não ser pelo fato que as coisas acontecem em um tempo um pouco diferente, mas a máxima ?A cada um será dado conforme suas obras?, segue valendo.

Você pode até dizer que essa comparação não tem qualquer relação com nossas vidas, mas tem sim. O grande equívoco humano é não compreender as leis universais que regem a evolução de nossa espécie, e isso nos atrapalha muito, nos rouba tempo, nos aprisiona. Precisamos ir ao encontro dessas verdades que nos libertarão.

Existe céu e inferno?

Sim, mas são estados de consciência, criados por nós mesmos.

Quando desencarnamos, a nossa sintonia espiritual, resultante de nossos atos, padrão moral, caráter, ética, nos leva por atração magnética, para dimensões de mesma sintonia. Mais uma vez reiteramos, não existe castigo de Deus, existe conseqüência aos nossos atos!

Quer saber se vai para o inferno ou umbral quando você desencarnar no final dessa existência?

Não precisa chegar até esse dia para saber, pergunte-se agora, avalie-se:

O que eu estou emitindo para o universo? É amor, ódio, alienação e lixo psíquico?

Como me sinto agora?

Quais as minhas atitudes, padrão moral e ética?

Tenho amor dentro de mim e expresso aos meus semelhantes e ao mundo a minha volta?

Amo o meu próximo como a mim mesmo?

Faço para o outro somente aquilo que quero que façam comigo?

É isso, o tipo de morada que sua alma imortal vai encontrar após sua passagem no final dessa vida depende muito das respostas das perguntas acima...

Reflita.

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É característico da sabedoria universal nos levar para a morada que melhor for adaptada a nosso estado de consciência.

Por exemplo:
Se você não compreende o grave erro que é cometer suicídio, ou seja, abreviar a sua experiência terrena, sem que nenhum benefício seja conquistado com isso, é quase lógico que a pessoa será atraída para zonas do plano espiritual em que a dor e o sofrimento serão companheiros de caminhada. Não porque há um Deus que pune. Ao contrário, há uma sabedoria suprema que proporciona ao ignorante das verdades universais a ferramenta pedagógica precisa que o leve a um aprendizado necessário ao seu nível evolutivo. ?Não dê pérolas aos porcos? resume muito bem essa questão. Aprenderemos pelo amor ou pela dor, só não temos como trancar a lei máxima de evolução constante, ou seja, temos que aprender, de um jeito ou de outro.

Nesse caso citado, a exposição de um suicida em condições tão adversas, o obriga que qualquer orgulhoso, vaidade, materialismo, arrogância, seja dizimada, pela reflexão provocada com profundidade (?na base da força?), o que na vida terrena, lhe foi dado a chance de ter feito por espontânea vontade, pelo caminho da consciência e do amor. Todavia, como a opção pelo amor não surtiu efeito, a dor se faz necessária.

Por quanto tempo?
Até que as leis que regem os acontecimentos se façam...
Até que a vontade de Deus prevaleça...
Até que os níveis de consciência, mesmo que de formar modesta, sejam elevados...
Até que a luz clareie a escuridão...
Até que da lama nasça a Flor de Lótus...
E é assim...

O plano divino, com essa paciência e amor incondicional por todas as criaturas, nos promove condições para que vida após vida possamos seguir evoluindo.

Ir para o céu ou para o inferno depende exclusivamente de nós mesmos. A todo o momento podemos tomar decisões que nos sintonizem com essas duas frequencias opostas. É mais uma vez em que o ?Orai e vigiai? torna-se uma das mais importantes ferramentas que temos.

Poderíamos aumentar o conteúdo desse texto trazendo exemplos mais claros das cidades astrais, tanto de luz ou de trevas, locais que somos literalmente tragados após nosso desencarne, sempre pela nossa sintonia energética.. Contudo o que nos importa é o aprendizado na prática desse importante tema. E para trazer para a prática, para realidade do dia-a-dia de sua vida, basta que você olhe para a realidade atual do planeta. O que ocorre por aqui, de alguma forma é a extensão do que acontece nos planos mais sutis. São áreas de guerra e de paz. Não nos referimos apenas aos países em conflito e guerrilha, pense também no caos urbano, no trânsito, na falta de respeito entre os semelhantes.

Não deixe para pensar na morte apenas quando a idade avançar. Pensar na morte com olhar da evolução espiritual não é pessimismo é consciência!

Quantos de nós já está no inferno, em suas depressões, egoísmos, materialismos e doenças e vícios das mais diferentes espécies.

Quantos de nós já vivem no céu em seus estados de paz, harmonia, paciência e bem querer e plenitude!

São tantos exemplos, olhe a sua volta...

O inferno é ilusão, dor, controle, apego, medo, egoísmo, negligência, fascínio, vaidade, futilidade.

O céu é o amor, a entrega espiritual, a paciência, a tolerância, o respeito, perdão, gratidão.

Onde você está hoje?

No céu ou inferno?

Para onde você vai amanhã?

Depende de você!

Acreditamos que seja perfeitamente possível encontrar o céu e que já estamos no caminho certo. Enquanto não tiver certeza, procure sentir-se bem, procure a tranquilidade, os bons amigos, a natureza, dar carinho ao próximo e expressar gratidão a Deus, por tudo. É uma ótima forma de existir para a vida.

Por que sofremos com a morte?

Em primeiro lugar, inegavelmente a morte nos separa, mesmo que temporariamente de muitas pessoas que amamos, que estamos habituados a conviver, estabelecendo muitas vezes vínculos intensos, seja por amor, apego ou dependência emocional. Ocorre que quando a morte surge, as separações acontecem de forma abrupta na maioria das vezes. A consequência é o afloramento de sentimentos densos, confusos, em desequilíbrio. Mesmo para pessoas conscientes e evoluídas, a morte é na maioria das vezes um fato doloroso, imagine quando o indivíduo não tem qualquer consciência espiritual. Aí a situação se agrava...

Em segundo lugar, com maior nível de importância, está a nossa cultura equivocada, baseada nas religiões ocidentais não reencarnacionistas, que consideram a morte como o fim, ou seja, a perda irreversível de alguém. Tudo como consequência pelo fato de que a maioria das pessoas leva um estilo de vida tão distanciado da fonte, tão pobre de consciência espiritual que a morte se configura a maior tragédia que pode ocorrer na vida de alguém materialista.

Somos educados para sofrer com a morte. Fomos impregnados em uma doutrina espiritual baseada na cultura do apego.

Morte ou renovação?

Temos um corpo físico e um corpo espiritual. Nosso físico é o veículo de manifestação de uma consciência divina chamada alma ou espírito. Aqui, na dimensão física ou no Planeta Terra, encontramos as condições ideais para evoluir, e é por isso que o cenário mais adequado para evolução das almas humanas é o Planeta Terra.

Nossa alma sempre retorna para experiência do corpo físico se estabelecendo e se desenvolvendo em um corpo físico que lhe serve de veículo. Você não é o seu corpo físico, você é a sua alma, que é a própria consciência. Isso porque o corpo espiritual ou alma trás os registros da personalidade imortal, com todos os traços de condutas, atitudes, temperamentos, inteligências, potenciais ou dons.

No período de uma vida, nossa alma experimenta as mais diferentes situações que nos possibilitam as transformações tão necessárias para evolução dessa consciência, também conhecida como reforma íntima ou evolução espiritual.

A morte é tão importante quanto os ciclos naturais mais conhecidos como as estações do ano, as fases da lua, os dias da semana ou o ano letivo de uma escola, por exemplo.

Os ciclos se encerram para que as transformações ocorram.

O ideal é que esse ciclo evolutivo fosse sempre ascendente. No entanto, muitos de nós ficamos girando sobre o mesmo eixo, não permitindo que a evolução ocorra.

Comenta-se muito que tudo depende do livre-arbítrio, ou seja, que as transformações na vida acontecem de acordo com nossas decisões. Isso é fato, no entanto, há muita ênfase no fato de que muitos de nós escolhemos caminhar por caminhos errados. De fato, há muita ocorrência de decisões mal feitas em nossas vidas, onde escolhas são realizadas sem a menor sintonia com a nossa essência espiritual.

Mas não existem caminhos errados, existem caminhos diferentes. Isso porque não há como nadarmos contra a maré. Nesse caso, isso quer dizer que como umas das leis mais importantes da natureza de nosso universo é a lei da evolução constante, isso reitera o fato de que não há como recusar essas transformações. Resumo: pelo amor ou pela dor iremos evoluir, mais cedo ou mais tarde, ninguém pode contestar isso.

O nascimento no corpo físico, na experiência de uma vida na Terra, será necessário até o momento que evoluirmos tanto ao ponto de não termos mais o que aprender por "aqui".

E a pergunta que não poderemos deixar de fazer é: Qual é a importância da morte?

A morte é tão importante quanto um ano letivo na escola.

Acima de tudo não há sentido em estudar um ano inteiro, se no final do período você não quiser progredir para um outro estágio, em um nível acima. Não há sentido nenhum nisso.

É isso, simplesmente isso! Rejeitar, brigar, combater a morte como um inimigo cruel, seja seu ou de qualquer um a sua volta, é o mesmo que rejeitar a aprovação no final de um ano letivo de qualquer estrutura de ensino.

Como já comentado anteriormente, ocorre que muitas pessoas são repetentes, e, no final do período de uma existência acabam que não evoluindo nada. Assim a reprovação acontece, a pessoa recomeça do ponto onde já esteve, sempre que for preciso. A evolução para um nível acima ocorre quando a pessoa compreende satisfatoriamente os aprendizados desse estágio ou da vida, tornando-se apta para seguir em diante. Nesse caso a falência do corpo físico é uma benção.

É a morte que delimita esse início e fim de estágio. Se vamos recomeçar de onde já estivemos, ou se vamos sempre começar de um ponto novo, mais evoluído, tudo depende de nossas escolhas, de nossos níveis de consciência.

Então o que é a morte?

Resumidamente: É o portal entre o fim de um ciclo e o início de um outro.

A morte é essencial para a evolução da alma humana?

No atual nível de consciência da humanidade, sem a morte, raramente não ficaríamos girando em círculos, sem sair do lugar no que tange a evolução de nossa consciência.

Calendário Sagrado

As luminárias desfilam no Céu : Sol, Lua, Estrelas e Planetas, e cruzam acima da Terra e Mar pela margem Leste e desaparecem no Oeste, na eterna renovação. O Horizonte divide Terra e o Céu, e forma um dos muitos círculos que acompanham nossas vidas. Nós vivemos sempre expandindo círculos e esferas de relacionamentos, buscando, trabalhando, jogando e explorando. 

OSTARA = Primeiro dia da Primavera
LITHA = Verão
MABON = Outono
YULE = Inverno

Os solstícios são os pontos centrais no ano e quando os dias são mais longos (verão) ou mais curtos (inverno). São como "switches" que trazem mudanças climáticas para aumentar ou diminuir a luz - de longas noites para longos dias, de dias curtos para noites longas.
Cada solstício é uma pausa entre a mudança na Natureza, e cada um, deixa vestígios para os humanos. Também são momentos de pausas para alinhar a vida buscando a harmonia com o constante fluxo de mudanças das forças naturais.

Desde que os solstícios são pontos de fluência das energias cósmicas e solares, eles são reconhecidos como tempos oportunos para trazer a compreensão do que temos que por em ação na nossa vida pessoal e fixar intenções para preparação do próximo período.
No meio do caminho, entre os solstícios, estão os equinócios, onde o dia e a noite têm a mesma duração. Eles indicam períodos de mudança rápida no ciclo anual.

As 8 Direções




Estação Voo Ciclo da Terra Cerimonia Pagã Corresponde Hemisfério Sul Hemisfério Norte
A Colheita Amadurecimento Lughnassadh Missa do Pão 01 de fevereiro 1 de agosto
Outono Morte Mabon Ação de Graças 21 de março 21 de setembro
Última Colheita Decomposição Samhain Finados 30 de abril 31 de outubro
Inverno Renovação Yule Natal 21 junho 21 de dezembro
Germinação Germinação Imbolc Candelária 01 de agosto 01 de fevereiro
Primavera Nascimento Ostara Páscoa 21 de setembro 21 de março
Fertilização Fertilização Beltane Santo Antonio 01 de novembro 01 de maio
Verão Crescimento Litha São João 21 de dezembro 21 de junho

Direções Cardeais

No xamanismo conheci uma camada vibratória, que, quando acessada permite a entrada num campo onde podemos nos comunicar com todos os tipos de criaturas, sejam elementais, pedras, plantas, animaisd e etc. Trata-se de uma comunicação não verbal. Fazer magia natural é poder acessar esse campo, e a condição para isso é estar em harmonia com as manifestações da natureza, saber honrar cada ser, cada entidade, cada espírito elemental e principalmente clareza de intenções.
Viajar na Roda Medicinal, ou apenas numa parte dela que são as direções é uma forma. Cada elemento tem suas dádivas específicas. Cada elemento representa uma direção. As 4 direções e os 4 elementos simbolizam tudo o que contém no Universo.
A teoria dos 5 elementos chineses não foge a regra, eles consideram um elemento a mais que corresponde ao final de verão ( canícula ). Eles consideram os elementos fogo, terra, metal, agua e madeira.
Na alquimia os elementos fogo, terra, agua e ar são a base original de todas as coisas, compondo corpos não por aglutinação, mas por transformação e união. Platão, Hermes também falavam do poder dos 4 elementos.

Maha Ritual de Kali

A Deusa KALI é a personificação da impiedosa fúria feminina e sempre deixa um rastro de destruição por onde passa, Ela é uma das três esposas do Senhor Shiva, o Grande Deus do Universo. Várias escrituras descrevem Suas formas, Sua iconografia é explicada em detalhes em textos como o Karpuradi Stotram e o Maha Nirvana Tantra. Situada, em geral, no meio do campo crematório, Ela nos relembra da transitoriedade de todos os fenômenos e da inevitabilidade da morte. Seus longos cabelos emaranhados nos remetem às algemas da ilusão (Maya), que faz com que acreditemos na realidade absoluta deste universo. Seus três olhos indicam seu conhecimento do presente, passado e futuro. Sua imensa língua esticada e Seus dentes afiados demonstram Sua capacidade de devorar inúmeros universos. Sua guirlanda formada por 50 (cinqüenta) cabeças decepadas representa as 50 (cinqüenta) letras do alfabeto Sânscrito, ou seja, todo o conhecimento que pode ser descrito através de palavras. Seu saiote de mãos humanas representa todas as ações que o homem pode realizar, por serem as mãos o principal veículo do Karma; por exceção deste saiote, Ela apresenta-se nua, inalterada, original, coberta apenas pela aparência das ações humanas. Ela é representada sobre o Senhor Shiva, que permanece imóvel, demonstrando então o jogo (liilaa) entre o aspecto estático (na forma do Senhor Shiva) e dinâmico (na forma da Mãe Kaalii) do universo. Com Seu braço superior direito Ela segura o facão sacrificial (khadgam); Seu braço superior esquerdo segura uma cabeça (mundam); com Seu braço inferior direito Ela segura um tridente (trishulam) e Seu braço inferior esquerdo segura um pote com o fogo sacrificial (Senhor Agni). Com um profundo significado simbólico Seus quatro braços demonstram os atos de uma alquimia universal que leva o homem à libertação (moksha ). Sua cor é o preto e o vermelho.

O MAHA RITUAL DE KALI é celebrado a cada Lua Cheia pelos xamãs ancestrais e por todos os devotos de Mãe Kali.

Neste ritual é realizado o puja devocional. O puja é um ato de purificação, limpeza e devoção à Mãe Kali, são entoados seus sutras, stotras e mantras secretos em sânscrito e são oferecidos os quatro elementos (ar, fogo, água e terra), flores de cor vermelha e alimentos como reconhecimento das virtudes plenas de Mãe Kali para que sejam derramadas suas bençãos, afastando de nós espíritos trevosos e malévolos.

Este é um ritual de exorcismo, de quebra de feitiçaria, macumba e trabalhos de magia negra. A Lua Cheia possui a atmosfera perfeita para realização de rituais de exorcismo, seja ele psíquico, energético, emocional, mental ou espiritual.

No MAHA RITUAL DE KALI, o xamã ancestral trabalhará seu Sagrado Feminino, através dos arquétipos das Deusas Kali, Durga e Parvati, consortes do Senhor Shiva.

Neste ritual Mãe Kali promete mudanças e proteções significativas em sua vida através da Bebida Sagrada dos Xamãs.

Oração Xamânica

GRANDE ESPÍRITO

Oh! Grande Espírito, que criou tudo antes e que reside em cada objeto, em cada pessoa e em todos os lugares, nós acreditamos em Ti. Nós Te invocamos dos mais distantes lugares para nossa presente consciência.

Oh! Grande Espírito do Norte, que dá asas às águas do ar e rola a grossa tempestade de neve antes de Ti. Tu, que cobres a Terra com um brilhante tapete de cristal, principalmente onde a profunda tranquilidade de cada som é maravilhosa. Tempera-nos com a força para permanecermos como parte da nevasca; sim, faça-nos agradecidos pela beleza que flui e se aprofunda sobre a quente Terra em seu despertar.

Oh! Grande Espírito do Leste, a Terra do Sol Nascente. Tu que seguras em Tua mão direita os anos de nossas vidas e em Tua mão esquerda as oportunidades de cada dia. Sustenta-nos para que não esqueçamos nossas oportunidades, nem percamos em preguiça as esperanças de cada dia e as esperanças de todos os anos.

Oh! Grande Espírito do Sul, cujo quente hálito de compaixão derrete o gelo que circunda nossos corações, cuja fragrância fala de distantes dias de primaveras e verões, dissolve nossos medos, transmuta nossas aversões, acenda nosso amor em chamas de verdade e existentes realidades. Ensina-nos que aquele que é forte é também gentil; que aquele que é sábio tempera justiça com piedade; e aquele que é um verdadeiro guerreiro combina coragem com compaixão.

Oh! Grande Espírito do Oeste, a Terra do Sol poente, com Tuas elevadas e livres montanhas, profundas e extensas pradarias, abençoa-nos com a sabedoria da paz que segue a contenção e a liberdade de quem vive como túnica flutuante nas asas da vida bem - disciplinada. Ensina-nos que o fim é melhor que o começo e que o por do sol não glorifica nada em vão.

Oh! Grande Espírito dos Céus, em dias de infinito azul e misturado às infindáveis estrelas da noite de cada estação, lembra-nos o quanto és imenso e bonito e majestoso além de todo o nosso conhecimento ou saber, mas que também não estás tão longe de nós, quanto o mais alto de nossas cabeças ou o mais baixo de nosso olhos.

Oh! Grande Espírito da Mãe Terra sob nossos pés; Mestra dos metais; Germinadora das sementes e Celeiro de ocultos recursos da Terra, ajuda-nos a dar graças incessantemente pela Tua presente generosidade.

Oh! Grande Espírito de nossas almas, que ardes há tempos em nosso corações e em nossas profundas aspirações, fala-nos agora e sempre de tudo que precisamos saber sobre a grandeza e bondade de Teus presentes para a vida, para sermos orgulhosos do inestimável privilégio de viver.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Fogo e as Salamandras

Os xamãs em todos os lugares e em todas as épocas sempre mantiveram uma amizade especial com o fogo. Andam com os pés nus na brasa. A Alquimia fala, de maneira misteriosa, de varias fogos secretos. Milarepa, o grande poeta tibetano, nas alturas geladas do Himalaia, se vestia apenas com uma roupa de algodão, tão forte era seu fogo interior. 

O Mestre do Fogo
Deixe brilhar a chama da sua curiosidade,
deixe sua curiosidade percorrer os caminhos do espaço e do tempo,
para encontrar aquele que tem o Fogo por Aliado,
esse fogo azul, quase branco,
intenso.
Andando, caminhando,
você sabe que está andando no seu próprio mundo interior,
descobre que o Mestre do Fogo estava escondido em você.
Ele está aqui, com seus cabelos ruivos,
sua barba ruiva,
seu olhar penetrante.
O Mestre do Fogo
é um aspecto de você,
o Mestre do Fogo em você.
Com sua mão astral, apontando os dedos da sua mão astral,
você ascende em frente de você um fogo etérico,
um fogo de energia primordial.
Logo esse fogo etérico se sustenta por si próprio,
se torna uma serpente de fogo etérico, uma salamandra,
uma salamandra amiga, sim uma poderosa inteligência amiga.
Dá um nome á salamandra.
Chama a salamandra do primeiro nome que vier,
o nome dela, o nome que ela quer.
E você sente o desejo, o fogo, o desejo de vestir a salamandra,
como se veste uma roupa, vestir a salamandra,
conhecer o fogo do interior.
Seu corpo já está feito de Fogo.
Sua alma é feita de Fogo.
Você é uma chama,
você é brasa.
Com seu corpo de Fogo, você entra
no Fogo de uma estrela.
Com seu corpo de Fogo, você entra
no Fogo do início do mundo.
Volta para a Terra, para a mata.
Com seu corpo de Fogo, entra em uma pedra.
Percebe o Fogo secreto da pedra.
Com você a pedra se lembra do Fogo primordial,
do Fogo das origens.
Você entra no Fogo da paixão,
a paixão de buscar a verdade.
Sim, você entra no Fogo Inicial,
no Fogo da consciência.
Você dança,
dança a dança das chamas,
você é uma salamandra, dançando... queimando... dançando...
queimando as raivas, as fúrias.
Você entra em Alquimia,
você se torna um sol.
Você se transforma em você, em Sol.
E você pensa numa pessoa que poderia mudar,
mas nem quer nem deseja.
E você suscita nessa pessoa um fogo,
um desejo ardente de mudar,
um fogo,
um entusiasmo, um fogo.
E você agradece a salamandra.
Comentário
Use uma salamandra para limpar um terreno infestado de formigas e cupins. Imagine uma enorme serpente de fogo astral percorrendo o terreno, com a missão de despedir essas pragas, e eventualmente queimá-las. Quando você voltar uma semana depois, não terá nenhum rastro desses insetos. O único talento necessário para conseguir isso é a imaginação. Por paradoxal que pode parecer, a imaginação é a faculdade a mais realista. O Universo não é feito de palavras, mas de sua consciência, e a consciência percebe imagens. As formigas perceberam fogo.
O Fênix

O astral é um espaço energético. O que você constrói no astral, as formas que você memoriza, de maneira natural, se materializam. O Universo é feito assim. Fazemos isso o tempo todo, de maneira inconsciente. Fazer isso de maneira consciente é melhor.
Claro, memorizamos formas negativas. Essas formas negativas produzem acontecimentos prejudiciais e obstáculos. Aqui está o lado sombrio de Saturno. Como qualquer outro Deus, quando cego, é perigoso. Devemos usar Saturno, construir, não deixar Saturno nos aprisionar.
No Egito antigo, o Fênix era uma ave misteriosa. Aos mil anos de idade, quando cansada, velha, sentava-se no seu ninho, acendia fogo, queimava-se e renascia das próprias cinzas. O naipe de Paus é o naipe de Plutão, o naipe da Alquimia. Alquimia. Destilar. Cristalizar. Viagem iniciática do Egito antigo. Viagem xamânica.
Viagem Interior
O Fênix
Imagine um Templo no Egito Antigo,
um Templo do Sol.
Nesse Templo Solar
imagine essa ave misteriosa, o Fenix,
veste o corpo do Fênix, suas asas brilhando
na luz dourada.
Alçando voo, vai até o altar,
sente-se no ninho, no ninho das suas magoas,
lembrando-se das suas mágoas,
das suas revoltas, das suas raivas.
Acenda o fogo das mágoas.
Acenda o fogo das revoltas.
Acenda o fogo das raivas, o fogo vulcânico das raivas.
Você esta se tornando fogo,
queimando, transformando-se em fogo,
transformando-se na beleza do fogo.
Dançando... dançando a dança das chamas,
a gloriosa dança do fogo,
transformando-se em fumaça.
Você é fumaça elevando-se para o Céu.
Você é fumaça espalhando-se nas alturas do Céu.
Você se torna imenso/a, na imensidão do Céu,
sem forma, sem limite.
Você é Luz, imensidão de Luz.
Música, imensidão de música.
E você olha as cinzas no altar do Templo do Sol.
O que ficou, as cinzas, a memória.
As cinzas, a memória que não pode mais pegar fogo.
As cinzas, a memória sem emoção,
sem mágoa, sem dor.
A memória pura, o conhecimento, o Poder.
E você ressuscita das cinzas,
jovem, dessa vitalidade ardente,
essa força, esse Poder.
O Poder, o Poder que você é.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Os Diferentes tipos de Xamãs

                            
Olá antes de mas nada quero dizer que existem algúns tipos de Xamã que foi variação do primeiro tipo  o conhescido como Xamã tradicional esse tipo de xamanismo vem  de alguns seculos no antigo egito segundo alguns livros ele surgiu praticamente junto com o druidismo só que em locais diferentes são até um pouco mas antigo que a propria bruxaria tradicional. no principio esse tipo de Xamã era para auto aperfeiçoamento do corpo e da mente humana  más alem disso os verdadeiros criadores do xamanismo aprenderam um pouco mas  conseguiram desenvolver tecnicas de manipulação dos 5 elementos conhescidos até hojé fogo,aguá,ar,terra,espirito  e dessa forma foram criando novas tecnicas que ainda são treinadas até nós dias de hojé porem digo desde já que nada desse tipo voê ira encontrar na internete ou livros pois foiencinado somente aos seres de linhagêm Xamânica são bem poucos espalhados pelo mundo mas mesmo assim não deicham essa arte morrer com eles e mantem umatradição de pai pra filho ou filha  algúns ainda se arriscam a ter alunós como eu mas são poucos os que terminam o treinamento não e dificil mas e bem intricante.

domingo, 5 de setembro de 2010

Mudanças no Padrão Vibracional - Como acompanhar?

O planeta está passando por momentos de mudanças. Tais mudanças se estendem ao plano energético em que a atmosfera terrestre está sofrendo ajustes substanciais em seu campo vibracional, ocasionando alguns distúrbios nos seres humanos.



Nós, seres humanos, temos um campo vibracional próprio que por milênios se adaptou a um campo vibracional universal que envolve o planeta. Por milênios este campo vibracional proporcionou aos seres, comportamentos voltados ao mundo mental e material.

Nas últimas décadas, começamos a observar que algumas mudanças necessárias estão sendo feitas. Tais mudanças para uns é um benefício, para outros é uma catástrofe.

O comportamento mentalista e capitalista, após a era da industrialização e da tecnologia, teve sua propriedade no que diz respeito aquisição de energia material, para que houvesse uma estruturação física suficiente para ações efetivas de acúmulo e engrandecimento de riquezas em todo território planetário.

Com o advento do cinturão de fótons, energia emanada de alguns planetas desconhecidos, o planeta Terra passou por um processo e passa ainda, de reestruturação energética. Isto implica que o padrão vibracional diretamente proporcional ao padrão comportamental dos seres humanos, está em mutação acelerada com mais ênfase desde 1980. Isto implica em mudanças de valores identificados nos comportamentos que não mais são importantes ao estado atual do planeta.

A densidade energética do planeta, está se tornando menos densa e mais sutil e consequentemente, o campo vibracional está menos denso também. Uma vez que o campo energético do ser humano está correlacionado ao seu habitat natural - planeta Terra - percebe-se uma mudança também no campo energético do ser humano.
Tais mudanças incidem nos comportamentos e percebe-se que pessoas estão sendo vítimas de interferências energéticas que interagem na forma de pensar e sentir.

As pessoas estão perdendo seu senso de raciocínio e sendo convidadas a sentir as ações e não a raciocinar tais ações. Isto está acontecendo porque o momento pede mais a percepção do sentir do que do pensar e finalmente entendermos que não somos o que pensamos e sim o que sentimos.

Com as modificações energéticas pelas quais o planeta passa, as pessoas que persistem numa forma de ação mentalista, materialista e capitalista estão sofrendo com a não adaptação aos processos energéticos que envolvem o planeta atualmente. Com isto, percebe-se uma incidência maior de doenças físicas e principalmente emocionais geradas pela falta de sincronicidade com o novo campo energético emergente do planeta.

Pessoas estão adoencendo fisicamente em seu sistema ósseo, sistema, glandular, sistema nervoso, linfático, arterial e digestivo. Logo vemos hoje mais hipertensos, diabéticos, nevralgias generalizadas, tumores malignos, discopatias, diagnosticados pela medicina e principalmente psicopatias diagnosticadas por psicólogos e psiquiatras.

A questão e origem está na falta de adaptação ao novo padrão vibracional pelo qual o planeta está sendo envolvido , porém pessoas que estão em sincronicidade com este novo padrão energético estão interagindo mais satisfatoriamente, sem sofrer endemias, epidemias, psicopatias, patologias físicas e muito menos descentramento emocional.

Acontece que temos que mudar nossa visão sob alguns aspectos comportamentais oriundos da forma de pensar e sentir. Estamos sendo convidados a nos conhecer como seres em essência e não como seres mecânicos... O mecanicismo humano não cabe mais neste momento atual e sim o valor humano. A mudança de valores está diretamente proporcional à forma de sentir a si mesmo e ao próximo.

Nos últimos 2 mil anos, fomos convidados a iniciarmos este processo de mudança de padrão comportamental e, consequentemente, energético e poucos se dispuseram, pois aderiram à campanha do consumismo, mentalismo e materialismo como forma de ser.

Podemos mensurar em 75% da humanidade, como número de pessoas que ainda não estão sabendo como lidar com estas mudanças... pessoas que sofrem emocional e fisicamente... pessoas que persistem em continuar vibrando densa e incompativelmente com o novo padrão vibracional vigente no planeta.

Embora este número seja exageradamente alto, ainda temos 25% de pessoas que encontraram o caminho do equilíbrio e que hoje estão dispostas a oferecer ajuda para quem quer se encontrar e interagir sincronicamente com o novo padrão vibracional.

A AVALIAÇÃO RADIESTÉSICA oferece esta proposta, onde apresentará formas de ajudar às pessoas que queiram e precisam se encontrar, que precisam mudar seu padrão vibracional imediatamente através de estímulos, práticas e tratamentos energéticos que irão incidir na forma de pensar, sentir e agir de cada um.

A proposta é oferecer condições pragmáticas para que menos pessoas sofram as modificações planetária e energéticas e consigam vibrar num padrão vibracional otimizado e sincrônico com o atual momento pelo qual passamos.

O que é o Xamanismo da Deusa?

Originalmente os xamãs eram mulheres. A comunidade paleolítica se diversificou em tribos que falavam diferentes dialetos e durante este tempo a palavra xamã adquiriu uma conotação masculina no idioma dos tungus, do qual derivou o uso atual. O xamanismo não foi um fenômeno individual, mas uma prática que realizava o grupo feminino. O poder de coesão deste grupo estava vinculado biológicamente à menstruação e os mistérios do sangue no nascimento.
 
Ritos de passagem da menopausa
 
A menopausa – e a vida da mulher após esta transição - tem múltiplos significados. O mais simples é o biológico, assinalando o fim da fase fértil, as mudanças hormonais, as alterações físicas, psíquicas e emocionais. Outro aspecto, que pesa muito para a mulher moderna, é o medo da perda da juventude, da beleza, a diminuição da sua sexualidade e feminilidade. Ao aceitar os conceitos culturais e comportamentais da sociedade atual, a menopausa torna-se um vaticínio sombrio para a mulher que teme perder seus encantos, seu poder ou sua capacidade de realização. Mas há ainda, um outro aspecto mais profundo e complexo, de significado espiritual, que pode transformar o processo da menopausa em um verdadeiro rito de passagem.

A mulher não tem escolha em relação à ocorrência da menopausa, mas ela pode escolher suas atitudes e conceitos a respeito do fato, bem como os significados e os novos valores que esta fase da sua vida pode lhe trazer.

Nas sociedades antigas, as mulheres idosas desfrutavam de privilégios e posições de destaque, detendo o poder sacerdotal e curador e a responsabilidades das decisões nos conselhos da comunidade. As sacerdotizas oraculares de Delfos, na Grécia, eram escolhidas entre as mulheres pós-menopausa. Nas “Casas de Conselho” dos povos nativos, as anciãs têm lugares de honra e o poder de escolher os chefes do clã.

Com o advento do patriarcado e principalmente com as perseguições da Inquisição, as mulheres sábias (parteiras, curandeiras, rezadeiras, profetizas, adivinhas), começaram a ser perseguidas, difamadas e por último proibidas de exercerem seus dons. Criaram-se lendas e histórias grotescas denegrindo as figuras das bruxas corcundas com pêlos no rosto e verrugas no nariz, sinais de envelhecimento da mulher. Na verdade, o que a sociedade patriarcal e a Igreja temiam, era o poder e a sabedoria das mulheres que representavam o terceiro aspecto da Deusa – o da Anciã.

Após o ostracismo a que foi relegada nos últimos 3000 anos a figura da Matriarca e da Mulher Sábia ressurge atualmente pelo movimento da espiritualidade feminina, devolvendo à mulher pós-menopausa a dignidade, o valor, o respeito e o reconhecimento de sua sabedoria.

Diferente da mulher que menstrua e que entra em contato com o seu poder interior durante a sua fase menstrual, a mulher pós-menopausa tem acesso permanente aos planos sutis, podendo ultrapassar o limiar entre os mundos sempre que quiser, não mais restringida pelo seu ciclo. Adquirindo essa nova habilidade da percepção constante dos dois mundos (o da realidade comum e o incomum, ou astral), a mulher, ao guardar seu sangue e não mais vertê-lo, torna-se uma curadora, xamã, profetiza ou sacerdotiza em potencial. Era este o dom que era reconhecido e valorizado antigamente, quando as mulheres idosas eram respeitadas como conselheiras, guardiãs das tradições, intermediárias entre a comunidade e os espíritos ancestrais, mestras nas curas, oráculos e nos ensinamentos passados para as novas gerações.

Os ritos de passagem da menopausa marcam a transição da mulher da sua antiga percepção do mundo e o despertar para a nova realidade do mundo sutil. Aceitando este processo de morrer para o passado, mergulhando profundamente na escuridão dos seus medos, ela pode renascer como uma Mulher Sábia, representante da face escura da Deusa, conselheira e guia para as mulheres mais jovens.

Trecho de O Legado da Deusa - Mirella Faur

Nota:
(» 'O Legado da Deusa - Ritos de Passagem para Mulheres´, de Mirella Faur, analisa o culto do caráter sagrado feminino ao longo dos tempos. A obra traz exercícios e práticas para facilitar o acesso à voz interior por meio da meditação, imaginação e introspecção; ensina e descreve como realizar rituais que celebram a feminilidade, determinam passagens e estágios, reconhecem e transmutam perdas e marcam a vida da mulher.

Visões e sonhos iniciatórios entre os xamãs

Visões e sonhos iniciatórios entre os xamãs siberianos


As doenças, os sonhos e os êxtases são apenas meios de alcançar a condição de xamã. Às vezes, estas estranhas experiências não representam mais que uma "escolha" do alto e simplesmente preparam o candidato para novas revelações. Mas, em geral, as doenças, os sonhos e os êxtases são, em si, a iniciação; isto é, transformam o indivíduo profano em um técnico do sagrado.

Naturalmente, esse tipo extático de experiência é sempre, e em qualquer lugar, acompanhado de instrução teórica e prática nas mãos de velhos mestres; o que não o torna menos decisivo, pois é a experiência extática que muda radicalmente a condição religiosa da pessoa "eleita".

As experiências extáticas que determinam a vocação do futuro xamã consistem no tradicional esquema de uma cerimônia religiosa: sofrimento, morte, ressurreição. Vista por este ângulo, qualquer "vocação-doença" se ajusta ao papel de uma iniciação, pois o sofrimento que acarreta corresponde às torturas iniciatórias; o isolamento psíquico do "eleito" é a contrapartida do isolamento e da solidão ritual das cerimônias iniciatórias; a iminência da morte experimentada pelo homem doente lembra a morte simbólica representada em quase todas as cerimônias de iniciação.

O conteúdo das primeiras experiências extáticas do xamã siberiano, apesar de comparativamente rico, quase sempre inclui um ou mais dos seguintes temas: desmembramento do corpo, seguido de uma renovação dos órgãos internos e das vísceras; ascensão ao céu e diálogo com os deuses ou espíritos; descida à Região dos Mortos e conversas com os espíritos e as almas dos xamãs mortos; diversas revelações, religiosas e xamânicas (segredos da profissão). Todos temas nitidamente iniciatórios. Em alguns documentos todos estão confirmados; em outros, só um ou dois são mencionados (desmembramento do corpo, ascensão ao céu). É possível que a ausência de determinados temas iniciatórios se deva, pelo menos em parte, a informações inadequadas, já que os primeiros etnólogos em geral se contentavam com dados sumários.

Entre os povos da Sibéria e da Ásia Central, a vocação xamânica freqüentemente se manifesta em forma de doença. Às vezes, não se trata propriamente de doença, mas de uma progressiva mudança de comportamento. O candidato se torna meditabundo, busca a solidão, dorme muito, tem um ar distante, sonhos proféticos e, às vezes, ataques. Todos estes sintomas são apenas o prelúdio da nova vida que aguarda o desprevenido candidato. Acrescente-se que seu comportamento lembra os primeiros sinais de uma vocação mística, que são sempre os mesmos em todas as religiões.

Existem também doenças, ataques, sonhos e alucinações que, em pouco tempo, determinam a carreira de um xamã. Não nos cabe dizer se tais êxtases patogênicos foram, realmente, experimentados ou imaginados, ou se, mais tarde, foram pelo menos enriquecidos de motivos folclóricos, acabando por fazer parte integrante do enquadramento mitológico xamânico tradicional. O que se torna essencial é o fato de que essas experiências justificam a vocação e o poder mágico-religioso de um xamã; que elas são invocadas como a única validação possível para uma mudança radical da prática religiosa.

Por exemplo, um xamã iacuto, Sofron Zateejev, diz que, em geral, o xamã morre e passa três dias na iurta sem comer nem beber. Antigamente, o candidato se submetia três vezes à cerimônia em que era cortado em pedaços. Outro xamã tungue, Ivanov, dá maiores detalhes sobre a cerimônia. Com um gancho de ferro, os membros do candidato são retirados e desarticulados; os ossos, limpos; a carne, raspada: os fluidos do corpo, jogados fora; e os olhos arrancados das órbitas. Depois desta operação, todos os ossos são novamente unidos e presos com ferro. Segundo outro xamã, Timofei Romanov, a cerimônia do desmembramento dura de três a sete dias; durante todo este tempo, o candidato permanece como morto, mal respirando, num lugar solitário.

Diz o iacuto Gavriil Alekseev que todo xamã tem uma Mãe Ave-de-Rapina parecida com um grande pássaro de bico de ferro, garras como ganchos e uma longa cauda. Este pássaro mítico só aparece duas vezes: por ocasião do nascimento espiritual do xamã, e quando ele morre. Toma sua alma, leva-a para a Região dos Mortos; e deixa-a amadurecer num galho de pinheiro. Quando a alma atinge a maturidade, o pássaro volta à terra, retalha o corpo do candidato e distribui os pedaços entre os maus espíritos da doença e da morte. Cada espírito devora a parte do corpo que lhe coube; esse processo confere ao futuro xamã o poder de curar as doenças correspondentes. Depois de devorar o corpo todo, os maus espíritos partem. A Mãe Ave-de-Rapina repõe os ossos nos respectivos lugares e o candidato desperta como que de um profundo sono.



De acordo com o relato de outro iacuto, os maus espíritos levam a alma do futuro xarnã para a Região dos Mortos e lá a trancam numa casa durante três anos (um ano apenas para os que se tomarão Xamãs menos categorizados). Ali o xamã faz a sua iniciação. Os espíritos cortam-lhe a cabeça e a põem de lado (porque o candidado deve ver com os próprios olhos o seu desmembramento), retalham-lhe o corpo em pequenos pedaços, que distribuem pelos espíritos das diversas doenças. Só sob esta condição adquirirá o futuro xamã o poder de curar. Seus ossos são, então, recobertos com carne nova e, em certos casos, o indivíduo recebe também novo sangue.

Segundo outra crença iacuta também coligida por Ksenofontov, os xamãs nascem no Norte. Lá, cresce um abeto gigante, que abriga em seus ramos inúmeros ninhos. Os grandes xamãs ocupam os ramos mais altos, osde categoria mediana, os ramos do meio, e os menos importantes, a parte inferior da árvore. Dizem uns que a Mãe Ave-de-Rapina, que tem cabeça de águia e penas de ferro, pousa na árvore, põe os ovos e os choca; os grandes xamãs, os médios e os pequenos são chocados respectivamente em três, dois e um ano. Quando a alma sai do ovo, a Mãe-Ave confia-a a uma diaba-xamã, com um só olho, um braço e um osso. Esta embala a alma do futuro xamã num berço de ferro e o alimenta com sangue coagulado. Depois, três "demônios" negros vêm cortar-lhe o corpo em pedaços, enfiam-lhe uma lança na cabeça e atiram pedaços de sua carne em várias direções, como oferendas. Três outros "demônios" cortam-lhe a mandíbula, um pedaço para cada doença que ele, mais tarde, será chamado a curar. Se estiver faltando um dos seus ossos, um membro de sua família terá de morrer a fim de repô-lo. Às vezes, até nove parentes seus morrem.

Em todos esses exemplos vemos o tema central de uma cerimônia de iniciação: o desmembramento do corpo de neófito e a renovação dos seus órgãos; o ritual da morte, seguido da ressurreição. Podemos também observar o motivo da ave gigantesca que choca os xamãs nos ramos da árvore do mundo; tem ampla aplicação nas mitologias do norte da Ásia, especialmente na mitologia xamânica.

De acordo com os informantes iuraque-samoiedos de T. Lehtisalo, a iniciação propriamente dita começa com o candidato aprendendo a tocar tambor; é nessa ocasião que ele consegue ver os espíritos. O xamã Ganyakka disse a Lehtisalo que certa vez, quando tocava tambor, os espíritos baixaram e o cortaram em pedaços, decepando-lhe também as mãos. Durante sete dias e sete noites permaneceu inconsciente, estirado no chão. Nesse período, sua alma se encontrava no céu, circulando com o Espírito do Trovão e visitando o deus Mikkulai.

A. A Popov faz o seguinte relato a respeito de um xamã dos avam-samoiedos. Acometido de varíola, permaneceu durante três dias inconsciente e tão à beira da morte que, no terceiro dia, quase o enterraram. Sua iniciação ocorreu nesta época. Lembrava-se de ter sido levado para o meio do oceano. Lá, ouviu sua Doença (isto é, a varíola) dizer-lhe: "Do Senhor da Água receberás o dom de xamanizar. Como xamã teu nome será houttarie [mergulhador]." Em seguida, a Doença agitou as águas do mar. O candidato saiu e escalou uma montanha. Lá, encontrou uma mulher nua e começou a sugar-lhe os seios. A mulher, que provavelmente era a Senhora das Águas, disse-lhe: "Tu és meu filho; por isso é que deixo que sugues meu seio. Encontrarás muitas dificuldades e te sentirás imensamente fatigado." O marido da Senhora das Águas, o Senhor da Região dos Mortos, deu-lhe, então, dois guias, um arminho e um camundongo, para guiá-lo à Região dos Mortos. Ao chegarem a um lugar elevado, os guias lhe mostraram sete tendas com os tetos arrebentados. Entrou na primeira e encontrou os moradores da Região dos Mortos e os homens da Grande Doença (a sífilis). Estes arrancaram-lhe o coração e o jogaram numa panela. Em outras tendas, ele encontrou o Senhor da Loucura e os senhores de todos os distúrbios nervosos, assim como os xamãs perversos. Desse modo, ficou sabendo das diversas doenças que atormentam a humanidade.

Sempre precedido pelos guias, o candidato chegou, então, ao País das Mulheres Xamãs, que lhe fortificaram a garganta e a voz. Foi, em seguida, levado para as praias dos Nove Mares. No meio de um desses mares havia uma ilha, e no meio desta uma bétula ainda nova se erguia para o céu. Era a Árvore do Senhor da Terra. Junto dela cresciam nove ervas, os ancestrais de todas as plantas da terra. A Árvore estava rodeada pelos mares, e em cada um deles nadava uma espécie de ave com suas crias. O candidato visitou todos esses mares; alguns eram salgados, outros tão quentes que ele não conseguia chegar perto da praia. Depois de visitar os mares, o candidato levantou a cabeça e, no topo da árvore, viu homens de diversas nações: samoiedos, russos, dolgans, iacutos e tungues. Ouviu vozes: "Ficou decidido que terás um tambor [isto é, a caixa de um tambor] feito dos ramos desta Árvore." Ele começou a voar junto com as aves marítimas. Ao deixar a praia, o Senhor da Árvore o chamou: "Meu ramo acaba de cair; apanha-o e faze com ele um tambor que te servirá por toda a vida." O ramo tinha três forquilhas, e o Senhor da Árvore ordenou-lhe que fizesse três tambores, que deviam ser guardados por três mulheres, sendo cada tambor destinado a uma cerimônia especial: um para xamanizar as mulheres em trabalho de parto, o segundo para curar os doentes e o terceiro para descobrir os homens que se houvessem perdido na neve.

O Senhor da Árvore deu também ramos a todos os homens que se achavam no alto da árvore. Mas, surgindo no meio da árvore em forma humana até à cintura acrescentou: "Só um ramo não dou aos xamãs, pois o reservo para o resto da humanidade. Com ele, os homens poderão fazer habitações e, assim, usá-lo de acordo com as suas necessidades. Sou a Árvore que dá a vida a todos os homens." Pegando o ramo, o candidato estava pronto para continuar o vôo, quando ouviu novamente uma voz humana, desta vez revelando-lhe as virtudes medicinais das sete plantas e instruindo-o a respeito da arte de xamanizar. Porém - acrescentavam as vozes - ele devia casar-se com três mulheres (o que, aliás, ele fez, mais tarde: casou-se com três meninas órfãs que ele curara da varíola).

Depois disso, chegou a um mar sem fim; lá, encontrou árvores e sete pedras. As pedras lhe falaram, umas após as outras. A primeira tinha dentes como os do urso e uma cavidade em forma de cesta. Disse-lhe que era a pedra que sustentava a terra; com seu peso, fazia pressão sobre os campos para que eles não fossem arrebatados pelo vento. A segunda servia para fundir o ferro. Ele permaneceu com as pedras durante sete dias, aprendendo, assim, como podiam ser úteis aos homens.

Em seguida, seus dois guias, o arminho e o camundongo o levaram a uma montanha alta e arredondada. Parou diante de uma abertura e entrou. Era uma caverna luminosa, no meio da qual havia algo como uma fogueira. Viu duas mulheres nuas, cobertas de pêlo como renas. Percebeu, então, que não havia nenhuma fogueira ardendo; a luz vinha do alto, através de uma abertura. Uma das mulheres lhe disse que estava grávida e que daria à luz duas renas: uma delas seria o animal sacrificial dos dolgans e dos evenkes, e a outra, o dos tavghis. Deu-lhe ainda um pêlo, que lhe seria útil quando xamanizasse pelas renas. A outra mulher também deu à luz duas renas, símbolo dos animais que ajudariam o homem em seus trabalhos e ainda lhes forneceriam alimento. A caverna tinha duas aberturas, uma voltada para o norte, a outra para o sul; através de cada uma delas, as mulheres enviaram uma rena para servir ao povo da floresta (os dolgans e os evenkes). A segunda mulher deu-lhe também um pêlo. Quando xamanizasse, ele, mentalmente, se voltaria para aquela caverna.

O candidato chegou a um deserto e viu, a distância, uma montanha. Após três dias de viagem, alcançou-a, entrou por uma abertura, e viu-se na presença de um homem nu, que trabalhava com um fole. Sobre o fogo, havia um caldeirão "do tamanho da metade da terra". O homem nu o viu e apanhou-o com um par de tenazes. O noviço teve tempo de pensar: "Estou morto!" O homem decepou-lhe a cabeça, picou-o em pedaços e pôs tudo no caldeirão. Ferveu-lhe o corpo durante três anos. Havia também três bigornas, e o homem nu forjou-lhe a cabeça na terceira, que era onde se forjavam os melhores xamãs. Jogou, depois, a cabeça em um dos três recipientes que ali estavam, naquele que continha a água mais fria. Revelou-lhe, então, que quando chamado a curar alguém, é inútil xamanizar se a água do recipiente ritual estiver muito quente, pois o homem já está perdido; se a água estiver apenas quente, ele está doente, mas ficará curado; água gelada é indício de um homem sadio.

Em seguida, o ferreiro pescou seus ossos, que boiavam num rio, reuniu-os e cobriu-os com carne novamente. Contou-os e disse que havia três a mais; por isso o candidato tinha de adquirir três costumes xamânicos. Forjou-lhe a cabeça e ensinou-o a ler as letras que havia dentro dela. Mudou seus olhos, e é por isso que, quando ele xamanizava, não enxergava com os olhos do corpo, mas com aqueles olhos místicos. Perfurou-lhe os ouvidos para que ele pudesse entender a linguagem das plantas. O candidato viu-se, então, no topo de uma montanha, para, finalmente, despertar na iurta, no seio da família. Agora, pode cantar e xamanizar indefinidamente, sem jamais cansar-se (2).



Reproduzimos este relato por causa da sua admirável riqueza mitológica e religiosa. Se o mesmo cuidado tivesse sido observado para recolher as confissões de outros xamãs siberianos, provavelmente nenhum teria ficado reduzido à lacônica fórmula comum: o candidato permaneceu inconsciente durante determinado número de dias, sonhou que os espíritos o estavam cortando em pedaços e carregando-o para o céu, etc. É evidente que o êxtase iniciatório segue de perto certos temas paradigmáticos: o noviço encontra várias figuras divinas (a Senhora das Águas, o Senhor da Região dos Mortos, a Senhora dos Animais) antes de ser levado pelos animais, seus guias, para o centro do mundo, no cume da montanha cósmica, onde estão a árvore do mundo e o Senhor Universal; da árvore cósmica, e pela vontade expressa do próprio Senhor Universal, ele recebe a madeira para confeccionar seu tambor; seres semidemoníacos lhe ensinam a natureza de todas as doenças e as respectívas curas; finalmente, outros seres demoníacos retalham seu corpo, fervem-no e o trocam por órgãos melhores. Cada um desses elémentos do sonho iniciatório é coerente e se enquadra num sistema ritual ou simbólico muito conhecido na história das religiões. Em conjunto, representam uma variante bem concatenada do tema universal da morte e da mística ressurreiçã'o do candidato, por meio da descida à região dos mortos e subida ao céu.

O mesmo sistema de iniciação é encontrado entre outros povos da Sibéria (3). O xamã tungue Ivan Tscholko afirma que um futuro xamã deve cair doente, ter o corpo cortado em pedaços e o sangue bebido pelos maus espíritos (saargi). Estes espíritos - que, na realidade, são as almas de outros xamãs mortos, jogam sua cabeça em um caldeirão, onde ela é forjada junto com diversas peças de metal que, mais tarde, irão compor o seu costume ritual. Outro xamã tungue conta que ficou doente um ano inteiro. Durante este período, cantou, a fim de sentir-se melhor. Seus antepassados xamãs vieram iniciá-Io. Transpassaram-no com flechas até ele perder os sentidos e cair ao chão; cortaram-lhe a carne, arrancaram-lhe os ossos e os contaram; se estivesse faltando um, ele não poderia ser um xamã. Enquanto durou esta operação, ele passou um verão inteiro sem comer nem beber.

Se bem que os buriatas tenham cerimônias públicás muito complexas para consagrar os xamãs, também eles conhecem o "sonho-doença" do tipo iniciatório. Ksenofontov relata a experiência de Michail Stepanov. Diz Stepanov que antes de tomar-se um xamã, o candidato deve ficar doente por um longo período; então, as almas dos seus antepassados xamãs o rodeiam, torturam-no, batem-lhe, cortam-lhe o corpo com facas, etc. Durante esta operação, ele permanece inanimado; o rosto e as mãos ficam azuis, o coração mal consegue bater. Segundo outro xamã buriata, os espíritos ancestrais levam a alma do candidato perante a Assembléia de Saaytani, no céu, onde recebe instrução. Depois da iniciação, a carne do candidato é cozida, para que ele aprenda a arte de xamanizar. É durante essa tortura iniciatória que ele passa sete dias e sete noites como se estivesse morto. Nessa ocasião, seus parentes (com exceção das mulheres) chegam-se a ele e cantam: "Nosso xamã está voltando à vida e nos ajudará!" Enquanto seu corpo estiver sendo retalhado e cozido pelos seus ancestrais, nenhum estranho pode tocá-lo.

As mesmas experiências se observam em outros lugares. Uma mulher teleuta tornou-se xamã depois de ter tido a visão de que homens desconhecidos estavam cortando seu corpo em pedaços e cozinhando-o num recipiente. De acordo com a tradição dos xamãs altaicos, os espíritos dos ancestrais comem sua carne, bebem seu sangue, abrem-lhe o ventre. Diz o baqca Kazak Kirghiz: "Tenho cinco espíritos no céu que me cortam com quarenta facas, me transpassam com quarenta pregos", e assim por diante.

A experiência extática do desmembrarnento do corpo seguida de uma renovação dos órgãos é também conhecida dos esquimós, de algumas tribos da América do Sul e da América do Norte (como por exemplo, os araucânios, os pomo-da-costa, os menominis e outros), em Malekula, entre os papuas do Kiwai e os daiaques de Bornéu (4), e especialmente entre os australianos. Limitar-me-ei a dar alguns exemplos de sonhos extáticos, iniciatórios, dos curandeiros australianos.

Os aruntas conhecem três processos de fazer curandeiros: (1) pelos lruntarinia ou "espíritos"; (2) pelos Eruncha (isto é, os espíritos dos homens Eruncha dos míticos tempos Alchera), (3) por intermédio de outros curandeiros. No primeiro caso, o candidato vai para a entrada de uma caverna e adormece. Vem um Iruntarinia e "arremessa nele uma lança invisível, que lhe penetra no pescoço pela nuca, trespassa-lhe a língua, fazendo nela um grande orifício, e sai pela boca". A língua do candidato fica perfurada; pode-se, facilmente, enfiar o dedo mínimo. Uma segunda lança decepa-lhe a cabeça, e a vítima sucumbe. O Iruntarinia transporta-o para dentro da caverna, que dizem ser muito profunda e onde se acredita que os espíritos dos lruntarinia vivam numa luz perpétua e junto a fontes de água fria. Na caverna, o espírito arranca-lhe os órgãos internos e dá-lhe outros inteiramente novos. O candidado volta à vida, mas durante algum tempo comporta-se como alienado Os espíritos Iruntarinia - invisíveis aos outros seres humanos, exceto aos curandeiros - levam-no, então, para a aldeia dele. A etiqueta proíbe-o de exercer suas funções durante um ano; se, no decorrer desse período, o orifício da língua fechar-se, o candidato desiste, porque se acredita que suas Virtudes mágicas tenham desaparecido. Nesse ano, ele aprende com os outros curandeiros os segredos da profissão, particularmente o uso dos fragmentos de quartzo (atnongara) que os espíritos Iruntarinia colocaram no seu corpo.

O segundo processo de fazer um curandeiro é semelhante ao primeiro, com exceção de que, em vez de levar o candidato para uma caverna, os Eruncha carregam-no para baixo da terra. Finalmente, o último métoodo compreende um longo ritual em local deserto, onde o candidato, em absoluto silêncio, deve submeter-se a uma operação realizada por dois velhos curandeiros. Estes lhe esfregam o corpo com cristais de rocha até arranhar-lhe a pele, comprimem-lhe cristais de rocha no couro cabeludo, fazem um buraco debaixo de uma unha da sua mão direita, e uma incisão na língua (5).

Famoso mágico da tribo Unmatjera contou a Spencer e Gillen que

... quando fizeram dele um curandeiro, um médico muito velho chegou certo dia e arremessou-lhe algumas pedras atnongara com um lança-arpão. Algumas atingtram-lhe o peito, outras atravessaram-lhe a cabeça de uma orelha a outra, matando-o. O velho tirou-lhe, então, as entranhas, intestinos, fígado, coração, pulmões - tudo enfim - e deixou-o a noite inteira deitado no chão. Pela manhã, o velho chegou, olhou para ele, colocou mais algumas pedras atnongara dentro do seu corpo, nos braços e nas pernas, e cobriu-lhe o rosto com folhas. Em seguida, pôs-se a cantar por cima dele até que o corpo ficasse todo inchado. Deu-lhe, então, entranhas completamente novas, colocou mais uma quantidade de pedras atnongara dentro dele, e deu-lhe umas tapinhas na cabeça, o que o fez voltar a vida imediatamente. Ao despertar, não tinha a menor idéia de onde se encontrava e disse: "Acho que estou perdido." Mas, olhando ao seu redor, viu o velho curandeiro de pé ao seu lado. Disse o velho: "Não, não estás perdido. Eu te matei há muito tempo." Ilpailurkna esquecera completamente quem era e toda a sua vida pregressa. Depois de algum tempo, o velho levou-o de volta ao seu acampamento, mostrou-o a ele e disse-lhe que a mulher que ali estava era a sua lubra, pois ele a esquecera por completo. Sua volta daquele jeito e seu comportamento estranho logo mostraram aos outros nativos que ele se tornara um curandeiro.

Entre os warramungas, a iniciação é feita pelos espíritos Puntidir, que equivalem aos Iruntarinia dos aruntas. Um curandeiro disse a Spencer e Gillen que fora perseguido durante dois dias por dois espíritos que se haviam identificado como "seu pai e seu irmão". Na segunda noite, os espíritos chegaram e o mataram. "Enquanto estava caído, morto, eles o abriram e retiraram todas as suas entranhas, dando-lhe, porém, outras novas; fmalmente puseram uma pequena serpente dentro do seu corpo, o que lhe conferiu poderes de curandeiro (7)."

Entre os binbingas, acredita-se que os curandeiros são consagrados pelos espíritos Mundadji e Munkaninji (pai e filho). Um curandeiro contou como, ao entrar certo dia numa caverna, deu com o velho Mundadji, que o agarrou pelo pescoço e o matou.

Mundadji o abriu ao meio, de alto a baixo, tirou-lhe todas as entranhas e trocou-as pelas suas, que colocou no corpo de Kurkutji. Ao mesmo tempo, pôs-lhe no corpo uma quantidade de pedras sagradas. Terminada a operação, o espírito mais novo, Munkaninji, apareceu e restituiu-lhe a vida; disse-lhe que ele agora era um curandeiro, e mostrou-lhe como extrair ossos e livrar os homens de outras formas de magia perniciosa. Levou-o, então, para o céu e depois o trouxe de volta à terra, deixando-o perto do seu acampamento, onde ele ouviu os nativos chorando por ele, pois supunham que ele houvesse morrido. Durante muito tempo permaneceu num estado de relativo atordoamento, mas, pouco a pouco, se recuperou e os nativos ficaram sabendo que ele se tornara um curandeiro.

Na tribo Mara, a técnica é mais ou menos a mesma. Quem quiser ser curandeiro acende uma fogueira e queima gordura, atraindo, assim, os dois espíritos chamados Minnungarra. Estes se aproximam e incentivam o candidato, garantindo-lhe que não o matarão totalmente.

Em primeiro lugar, eles o insensibilizam, e o abrem pelo processo habitual, retiram todos os seus órgãos, que são, então, substituídos pelos de um dos espíritos. Em seguida, ele é novamente revivido e dizem-lhe que é agora um doutor; ensinam-lhe como retirar ossos dos homens e livrá-los de mágicas perniciosas, e é levado para o céu. Por fim, é trazido para a terra e depositado junto ao seu acampamento, onde é encontrado pelos amigos, que choravam por ele ... Dentre os poderes que um curandeiro mara possui está o de ser capaz de subir, durante a noite, por uma corda, invisível a olhos mortais, até ao céu, onde conversa com os seres siderais (9).




Como vimos, a semelhança entre as iniciações dos xamãs siberianos e as dos curandeiros da Austrália é muito grande. Em ambos os casos, o candidato é submetido a uma operação feita por seres sernidivinos ou por ancestrais, operação que consiste no desmembramento do corpo e na renovação dos órgãos internos e dos ossos. Em ambos os casos, essa operação se realiza num "inferno" ou inclui uma descida à Região dos Mortos. Quanto aos fragmentos de quartzo ou outros objetos mágicos que se supõe que os espíritos colocam no corpo do candidato australiano, é uma prática de muito pouca importância para os siberianos. Só de raro em raro encontramos alguma referência a pedaços de ferro postos para derreter no mesmo caldeirão em que estão a carne e os ossos do futuro xamã. Há ainda outra diferença entre as duas áreas: na Sibéria, a maioria dos xamãs é "escolhida" pelos espíritos e pelos deuses, ao passo que, na Austrália, a carreira de curandeiro parece ser o resultado de uma busca voluntária por parte do candidato, assim como de uma "eleição" espontânea feita pelos espíritos e seres divinos.

Acrescentemos ainda que os métodos de iniciação dos mágicos australianos não podem ser restringidos aos tipos citados. Embora o elemento importante de uma iniciação pareça ser o desmembramento do corpo e a substituição dos órgãos internos, existem também outros meios de consagrar um curandeiro, especialmente a experiência extática de uma ascensão ao céu, e a instrução ministrada por seres celestiais. Às vezes, a iniciação inclui o desmembramento do candidato e sua ascensão ao céu. Em outros lugares, a iniciação se realiza no transcurso de uma descida ao submundo. Todos esses tipos de iniciação são também encontrados entre os xamãs da Sibéria e da Ásia Central. Tal paralelismo entre dois grupos de técnicas místicas de povos arcaicos tão distanciados no espaço mostra o lugar que ocupa o xamanismo na história geral das religiões.