ATHRADA LÛ
-Faer Golwen-
Sua comemoração acontece por volta do dia 21 de junho. Nesse período a Deusa da à luz o seu filho e amante, o Beleg (Pai Celeste). Faer Golwen é um tempo de grande escuridão, da mais longa noite do ano, quando o inverno se estabelece. Entre os antigos povos nativos, era o dia em que imploravam que o inverno não fosse por demais rigorosos e que as forças da natureza estivessem sempre ao seu lado. Como o Beleg (Pai Celeste) também é o Sol, Faer Golwen marca o renascimento desse astro dentro do Ciclo do Ano. No período de Faer Golwen, devemos ornamentar nossa casa com flores vivas, folhas de figueira ou cipreste e manter velas acesas simbolizando o retorno da luz do Sol. Esse é o tempo da realização de feitiços e preparação de amuletos e cânticos voltados para a proteção. Em Faer Golwen, honramos o Grande Espírito no seu aspecto divino e eterno de Mãe, sendo o Deus sua criança divina, o novo ano solar.
-Lû Lacha-
Celebrado por volta do dia 31 de julho ou 1º de agosto. Lû Lacha marca o restabelecimento de Elleth Beria após ter dado à luz ao seu filho Deus. Ela é acordada, então, pela luz dos dias, que se tornam gradativamente mais longa. Seu filho já não é mais um filhote, tendo se tornado um jovem sedutor, e seu poder é sentido no morno calor dos dias, agora um pouco mais compridos. Esse calor fertiliza a Terra, ou seja, a Deusa, e proporciona ao longo do período a germinação das sementes. É o festival dedicado à purificação. É a festa da fertilidade, caracterizada por muitas velas acesas ou uma grande fogueira, que representam nossa própria iluminação e inspiração. Lû Lacha também é conhecido como tempo flamejante. Nesse período, não existem flores nem frutos no altar, representando o que acontece com a natureza. É tempo propício para a realização de feitiços e cânticos ligados à fertilidade e à prosperidade.
-Loth Bain-
Celebrado por volta do de 21 de setembro, é o Equinócio de Primavera. Neste dia comemoramos o primeiro dia de primavera, quando as energias da natureza desabrocham de forma exuberante. É o tempo em que a Mãe envolve a Terra com seu manto fértil e o Beleg vivência sua maturidade. No período de loth bain, noites e dias são iguais e tanto Beleg como Elleth Beria impelem os animais selvagens à reprodução. É o tempo em que vivenciamos o começo enquanto ação que nos leva a novos acontecimentos. Nosso altar deve estar decorado com narcisos e ovos coloridos. Os narcisos representaram as primeiras flores da primavera e os ovos pintados, a fertilidade. Devem ser realizados feitiços ligados a começos, ou seja, novos amores, nova casa, novo emprego, nova vida, etc. Em loth bain, a mãe celeste é reverenciada no seu aspecto de Deusa da Primavera, e o Deus, no seu aspecto de Deus da Fertilidade.
-Iavas-
É celebrado no dia 31 de Outubro. Iavas marca a entrada do Beleg no seu período adulto; ele já não é mais um jovem sedutor e se transformou num verdadeiro homem. Dentro de si habita toda a potência da natureza masculina, e ele deseja a Deusa ardentemente. Ela também se apaixona, e juntos fazem amor sobre as relvas floridas (lembrando, Elleth Beria, não é mais Mãe de Beleg e sim amiga e amante). Nesse ritual, deve-se colocar no jardim um tronco ou mesmo um bambu, no centro de um grande círculo. Esse poste deve ter muitas fitas coloridas que cairão quase até o solo. As pessoas deverão dançar em círculo, segurando a ponta de uma fita. Na verdade, esse poste representa nada mais nada menos do que o fallus, ou seja, o órgão genital masculino. Deve-se ter também nesse período a grande bacia de pedra ou argila repleta de água com flores boiando na sua superfície. O altar deve estar decorado com uma grande variedade de flores. É tempo dos feitiços ligados à fertilidade feminina e ao amor. A Deusa é, então, venerada como noiva, e o Deus, como Senhor da Floresta; Iavas é tempo de celebração da Sagrada União.
-Harad-
É celebrado por volta de 21 de dezembro. É o tempo do solstício de verão, quando os poderes da Natureza se encontram no apogeu, e a Terra se encontra banhada pela fertilidade da Deusa e do Deus. Tudo é claro, e o sol brilha com enorme intensidade. É tempo das flores solares, como o girassol e a calêndula. O altar deve ter muitos girassóis expressando a potência do Sol nessa época. Ervas e flores mágicas devem ser queimadas no incensário e é também o tempo de colher. Os feitiços são os que estão destinados a aumentar nossas energias e também os de proteção. A Deusa é honrada no seu aspecto Elleth Beri, Mãe Protetora, e o Deus, no seu aspecto de Beleg, Grande Pai.
É celebrado por volta do dia 2 de fevereiro. Este é o período da colheita, quando as plantas da primavera mostram seus frutos e sementes, assegurando, assim, futuras colheitas. Nesse período, o Beleg gradualmente perde sua força, e as noites vão lentamente ficando mais longas do que os dias. A Elleth Beria observa ternamente o fenecimento de seu amante, sabendo que, dentro dela, ele vive enquanto seu filho. No altar devemos colocar ramos de trigo, espigas de milho e flores da estação. Assamos bolos e pães, e os comemos junto com outros frutos do verão. É tempo de agradecer o alimento recebido e realizar os feitiços ligados à prosperidade. A Deusa é, então, honrada no seu aspecto Semente, e o Deus é reverenciado no seu aspecto de Senhor da Colheita.
-Amrûn-
É celebrado por volta de 21 de março. É o equinócio de outono, quando a colheita iniciada em Iavas atinge sua plenitude. Mais uma vez dias e noites são iguais, e o Deus se prepara para partir, deixando seu corpo físico e ingressando na sua jornada rumo ao impessoal, para dar lugar ao renascimento da Deusa. A Natureza declina, preparando-se para o inverno. As folhas caem melancolicamente, e tudo parece fenecer tal qual o luminoso Sol. Nesse período o altar deve ser adornado com flores da estação e alguns frutos. É tempo de realização, de feitiços banidores daquilo que não mais se quer como hábitos sedimentados ou, mesmo, doenças. A Deusa é então honrada no seu aspecto de Mãe, Terra Provedora, e o Deus é homenageado no seu aspecto de Grão.
-Nanc-
É celebrado por volta do dia 30 de abril, 1º de maio. É o período de despedida do Beleg, que vai penetrar na eterna escuridão e retornar, renascido em Lû Lacha. Nanc é também conhecido sob nome de Festa dos Mortos. Também simboliza a união formando a unificação do cosmo e do espírito, nascendo assim o Grande Arquiteto. Que irá se dividir novamente no próximo período de estação. Por ser uma das datas mais importantes para as sábias e sábios, em que se comemora a passagem do ano, ponto em que o Ciclo se completou. Nanc também se tornou conhecido como Dia dos eruditos da grande fogueira. Nanc também é tempo de reflexão, em que olhamos para o Ano que passou e procuramos reconhecer nossos atos e deles extrair o significado de nossa vida. Nesse dia, os eruditos sentem que o grande portal que separa a realidade física do espiritual, está aberto, e nessa noite relembramos nossos ancestrais e podemos estabelecer intensa ligação com eles. O altar deve ser ornamentado com maçãs e folhas de cipreste, e em seu centro deve-se colocar uma cuia cheia de água, e deixa o ar circular ao redor. É o dia da celebração da escuridão e da morte, e os espíritos nos auxiliam na leitura de oráculos. Em Nanc reverenciamos a Mãe no seu aspecto de Senhora dos Mistérios e o Pai, em seu aspecto de Senhor da Morte. É o período em que o ciclo se cumpre, deixando-nos a esperança do renascimento.
E após o Nanc (pronuncia-se com o ‘c’ mudo) virá novamente o Lû Lacha, o que dará continuidade ao ciclo de vida, morte e renascimento do Deus e da mudança das estações da Natureza. Ao contrário, é visto de uma forma cíclica. Tudo o que foi, será. Tudo o que será já foi. Presente, passado e futuro são construtos humanos e não realidades perenes.
